Perguntas e Respostas sobre Ezequiel, Capítulo 45
A Terra Santa e a Justiça: A divisão geográfica, o combate à corrupção e a ética do Reino.
1 O Conceito de Terumah (A Oferta da Terra)
Deus ordena separar uma "oferta sagrada" de terra (v. 1). Qual o princípio teológico de dar a Deus o "primeiro pedaço"?
É o princípio das Primícias.
- O Significado: Assim como o dízimo é a primícia do dinheiro, o "Distrito Sagrado" é a primícia do território. Ao reservar a parte central para Deus, a nação declara que toda a terra pertence a Yahweh. A geografia é organizada em torno da adoração, não da economia.
2 A Política Anti-Corrupção
Deus delimita terras para o Príncipe para que ele "não oprima mais o meu povo" (v. 8). Como isso previne a tirania?
Funciona como um sistema de Governo Limitado.
- A Solução Divina: Deus diz: "Esta é a tua parte. Fica contente e não toques na propriedade do povo". Ao garantir o sustento do líder, Deus remove a desculpa para o roubo estatal. A justiça social começa impedindo o Estado de ser predador.
3 A Teologia da Balança Justa
Deus ordena: "Usem balanças justas" (v. 10). Por que a honestidade comercial é tratada como santidade litúrgica?
Porque a fraude é abominação.
- A Conexão: Não adianta ter altar santo se o balcão do mercado é sujo. Ao padronizar pesos e medidas, Deus estabelece a verdade objetiva na economia. Manipular a economia é um ataque à verdade de Deus.
4 O Príncipe Pecador
O Príncipe deve oferecer sacrifício "em favor de si mesmo" (v. 22). Como isso refuta a ideia de que ele é o Messias?
- O Fato: Jesus é sem pecado (Hebreus 4:15). Ele nunca precisou de sacrifício por Si mesmo.
- A Conclusão: O Príncipe de Ezequiel tem pecado e precisa de expiação. Portanto, ele não pode ser Jesus. É provavelmente um líder humano ou administrador teocrático no Milênio.
5 A Ausência do Pentecostes
O calendário festivo omite o Pentecostes (v. 18-25). Qual a possível razão teológica?
- Cumprimento Histórico: Pentecostes foi cumprido na criação da Igreja (Atos 2).
- Foco da Redenção: No Milênio, o foco é a Páscoa (redenção pelo sangue) e Tabernáculos (habitação de Deus). Estes são os pilares da teologia de Ezequiel: Sangue no Altar e Glória no Templo.
6 A Purificação do Santuário
Por que um Templo santo precisaria ser purificado periodicamente (v. 18-20)?
Por causa da contaminação ambiental do pecado humano.
- A Necessidade: A santidade de Deus é tão sensível que a simples presença de pecadores na proximidade (mesmo por ignorância) exige uma "faxina" ritual para manter o ambiente espiritualmente esterilizado. A santidade é um processo contínuo.
7 A Cidade Serva
A cidade fica ao lado do Templo, separada da área santa. O que isso ensina sobre hierarquia de valores?
Ensina que a vida civil serve a vida espiritual.
- A Hierarquia: A cidade (comércio, política) existe para dar suporte ao Santuário, não o contrário. Diferente da Jerusalém histórica onde tudo se misturava, no futuro há distinção. A política e a economia são subordinadas à adoração.
8 O Imposto para a Adoração
Deus institui um imposto específico para o Príncipe prover os sacrifícios (v. 13-16). Qual o propósito?
- A Mudança: Garante que a adoração não seja esporádica. O culto torna-se uma responsabilidade nacional estruturada. Cada cidadão, ao pagar o imposto, participa diretamente da expiação diária. É a "liturgia sustentada" pela nação.
9 A Expulsão da Violência
Deus diz: "Parem com a violência" (v. 9). Como isso é pré-requisito para a adoração?
Deus não aceita ofertas compradas com dinheiro de sangue.
- A Lógica: Se o Príncipe oprime o povo para conseguir novilhos para Deus, o culto é abominação. A justiça social é a base sobre a qual o altar deve ser erguido. Deus prefere honestidade a sacrifício.
10 O "Basta!" de Deus
A frase "Basta, ó príncipes de Israel!" (v. 9) revela o quê sobre a paciência de Deus?
- O Limite: Revela a indignação acumulada por séculos de abuso de poder. Deus decreta tolerância zero para a corrupção. A restauração futura não repetirá os erros do passado; a liderança será reformada à força se necessário.
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